Olá
amigos.
Quantas
vezes vocês já se perguntaram: “o que o meu chefe tem que eu não tenho?” ou “Como
ele ainda não foi demitido?”. Calma, isso é reflexo dos chefes incompetentes.
Mas por que isso acontece?
Competência
é a habilidade de fazer alguma coisa, de maneira correta, com qualidade/rapidez.
Pode ser dirigir um carro, operar uma máquina, fazer contas, praticar um
esporte, etc. Recentemente, os cursos e livros da área de Gestão de Pessoas e
RH começaram a tratar a competência como uma combinação de três coisas, CHA, que
seriam: Conhecimento (saber a parte teórica de um assunto ou atividade),
Habilidade (saber a parte prática de uma atividade ou assunto, repetindo várias
vezes para criar reflexo muscular/mental de maneira que possa fazer
automaticamente aquilo) e Aptidão ou Atitude (querer fazer uma determinada atividade
ou aplicar um determinado conhecimento).
Com
base nestas informações, quando alguém vai iniciar uma tarefa na empresa, ou
vai assumir um novo cargo, é necessário garantir que esta pessoa tem as
competências (CHA) para esta nova função, seja por meio de treinamento formal
(cursos em escola/SENAI) ou informal (dentro da empresa, também chamado de
treinamento prático ou “on the job”, basicamente ver alguém fazer e copiar o
que ela faz).
“Tá João, e a incompetência, onde entra nessa
história?”
Incompetência,
por outro lado, é a incapacidade de realizar uma tarefa. O melhor exemplo para
isso é: se você pegar uma tartaruga, e tentar fazê-la subir em uma árvore ou em um poste, ela
jamais conseguirá fazer isso sozinha, a menos que alguém coloque-a lá em cima. Com isso, podemos dizer que a tartaruga é incompetente
para subir em árvores ou postes.
"A tartaruga no poste/árvore. Você sabe que ela não subiu lá sozinha, que ela não pertence a aquele lugar, e que ela não sabe o que fazer enquanto está lá em cima. Todos se perguntam porque alguém colocaria uma tartaruga lá em cima, em primeiro lugar"
No
final dos anos 60, o professor canadense Laurence J. Peter lançou um
livro chamado “O Princípio de Peter” (em inglês, “The Peter Principle”). Este
professor era especialista em comportamento e estudava as hierarquias, ou seja,
as relações de poder/comando dentro das empresas. Neste livro, por meio de
vários exemplos com empresas de diferentes ramos e tamanhos, o autor lança o
seguinte conceito:
“Em um
sistema hierárquico, todo funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de
incompetência”.
Traduzindo
este princípio, uma pessoa é promovida ou colocada em novos cargos até atingir
um ponto em que é incapaz de ter um desempenho igual ou superior ao que vinha
demonstrando. Neste ponto, ou a pessoa fica encostada/esquecida no cargo ou
então é substituída por outra, e isso vale inclusive para nós mesmos.
O
exemplo mais clássico disso é o caso de pessoas que começaram como auxiliar/assistente
na empresa e param em um cargo de supervisão/coordenação, ficando muitos anos
nesta função. Ou ainda o caso do vendedor que é o melhor da equipe e bate todas
as metas, até que alguém decide promovê-lo a coordenador/gerente de vendas, e a
pessoa não tem nenhuma habilidade para coordenar uma equipe, o que gera frustração
e queda de desempenho.
A
partir do princípio de Peter, chegamos a mais duas observações:
1 - Com
o tempo, cada função tende a ser exercida por um funcionário que é incompetente
para realizar suas próprias atividades.
2 - O
trabalho é realizado por funcionários que ainda não atingiram o seu próprio nível
de incompetência.
Além
dos pontos acima, Peter ainda destaca que a supercompetência (ser muito bom no
que faz) é mais combatida ainda do que a incompetência. O autor inclusive cita
exemplos de professores universitários que, por serem muito bons, são
pressionados para fazerem um trabalho pior, pois fazem os outros professores
ficarem “mal vistos”.
Assim,
podemos concluir que os seguintes fatores geram o grande número de chefes
incompetentes nas empresas:
- Os
próprios chefes não tem capacidade de fazer as suas atividades de gerenciamento/liderança,
e também não tem conhecimento técnico na área que atuam;
-
Chefes incompetentes tendem a contratar pessoas iguais, ou piores, do que eles
mesmos, para não se sentirem ameaçados e se sentirem superiores.
Com
isso, concluímos que, apesar do discurso de várias empresas e das áreas de RH sobre
contratar e treinar melhor as pessoas, na prática ainda existe muita gente ruim
ocupando cargos de chefia/liderança. Isso ocorre naturalmente, pois as pessoas alcançam um nível em que não conseguem evoluir amadurecer mais, e também por conta de pessoas ruins contrarem pessoas ainda piores, criando um "ciclo vicioso", com pessoas cada vez menos preparadas para as tarefas.
"A incompetência do meu chefe é uma inspiração de que, um dia, alguém tão incompetente quanto eu pode ser o chefe"
Para nós funcionários, existem três caminhos:
se submeter a esta situação e continuar no emprego/sistema; empreender, virando
seu próprio chefe; ou atingir a independência financeira, que vai te permitir
escolher ser funcionário ou chefe.
E
vocês, já passaram por situações ruins com seus chefes? Deixem nos comentários
as experiências ruins, ou boas, com chefes.
Sucesso
Abraço
P.S.: Para acompanhar a leitura deste texto, uma música do grande Johnny Cash - The Man Comes Around
Olá JD,
ResponderExcluirEu trabalho na área de TI, e o que tem mais é chefe incompetente nessa área. Os caras nem sabem o que falam, na maioria das vezes nem sabe nada de TI.
Abraços.
Cowboy, obrigado pelo comentário.
ExcluirInfelizmente são poucas as empresas que utlizam o conceito de conhecimento técnico mínimo para o cargo, a maioria usa os intercâmbios de gerentes ("job rotation"). Tem um conehcido meu que trabalha em uma empresa que o Gerente de RH é responsável também pelo TI, dá para acreditar?
Sucesso
Abraço
Tb me faço essa pergunta...
ResponderExcluirOlá JD!
ResponderExcluirMuito interessante seu post! Assim como o Cowboy, sou da área de TI e o que mais presencio, é chefes que não conhecem nada de TI gerenciando a área! Eu estou estudando uma forma de empreender...vamos ver o que consigo em 2017!
Abraços!
Fala Inglês, obrigado pelo comentário, tomara que você consiga empreender em 2017.
ExcluirSucesso
Abraço
Rapaz, que bom que meus 2 chefes são cara muito bons, eu me espelho neles para diferentes características.
ResponderExcluirHoje eu me considero extremamente competente, devido ao nível que estou... mas to achando que se eu subir mais um degrau, vou chegar nesse nível de incompetência ae.. hahaha
abraços
Japa, obrigado pelo comentário.
ExcluirEu entendo o Princípio de Peter como uma barreira que somente pode ser vencida com amadurecimento e aprendizado. Se mantivermos as mesmas atitudes, ficaremos "ancorados" no patamar de incompetência/mediocridade.
Porém, mais difícil do que dizer o que deve mudar no chefe, é encontrar aquilo que devemos mudar em nós mssmos para chegar ao nível dele ou, melhor ainda, ultrapassá-lo.
Sucesso
Abraço
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirMuito bom João,
ResponderExcluirExcelente texto.
Abraço
Meste VdC, muito obrigado pelo comentário.
ResponderExcluirSucesso
Abraço
Perfeito seu post. Já vou postar algumas indiretas no meu Facebook. Estou como self-employed mesmo, que se foda.hahaha
ResponderExcluirCara das 11 empresas por onde passei se 3 chefes eram realmente competentes e estava lá por mérito próprio foi muito. O restante a única coisa em que eram realmente bons eram na lábia e enrolação.
Abraços!!
Pobre, obrigado pelo comentário.
ExcluirSucesso
Abraço
Mestre Uó, obrigado pelo se comentário.
ResponderExcluirEstá tudo ok no link.
Sucesso
Abraço
Vi que era seu post mais visitado. vim aqui recomendar o livro O principio de Peter, mas o post já é sobre ele, rsrsrs
ResponderExcluirBora lá!!!
Neto, obrigado pelo comentário.
ExcluirÉ isso mesmo, decidi fazer esse post depois de conhecer esse princípio.
Se você quiser aprofundar/complementar esse tema, recomendo buscar o livro "O Princípio Dilbert", que é antigo (dos anos 1990), então você só encontra em sebos. Foi escrito por Scott Adams, que criou os quadrinhos do Dilbert.
Nesse livro, o autor faz uma adaptação do conceito, e traz a visão de que, para evitar que as pessoas incompetentes façam muita besteira, as empresas as colocam em cargos de chefia/burocráticos. Inclusive ele traz vários exemplos de situações absurdas que ele vivenciou.
Gostei muito desse livro também.
Sucesso,
Abraço